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Indigenous Peoples Celebrate Lula's Win and Press for Indigenous-oriented Priorities for His Mandate

Em português abaixo

The defeat of Brazil’s President Jair Bolsonaro by President-elect Luiz Inácio Lula da Silva in Brazil’s October 30, 2022 presidential election is a victory for democracy. Democracy for Indigenous Peoples is a democracy of all species and living beings: a democracy that brings hope to biomes, trees, rivers, and animals, big and small, a democracy that allows Indigenous people to walk freely on the Earth, singing their songs. For Indigenous Peoples, there can be no democracy if the environment is at risk. There is no democracy without reconciliation and respect for Indigenous ways of knowing, living, and being. There will be no democracy until all species are protected and thriving! 

President-elect Lula da Silva's commitment must first be to resume the demarcation of Indigenous territories and to protect and guarantee the rights of forest Peoples to their lands, livelihoods, and cultures in accordance with national and international laws and agreements such as the UN Declaration on the Rights of Indigenous Peoples and International Labor Organization Convention 169.

In the face of Bolsonaro’s dismantling of FUNAI, the State agency for Indian affairs, Lula has promised to create a Ministry of Native Peoples and a better FUNAI led by an Indigenous person. Indigenous Peoples are reminding him of this commitment. 

Sônia Guajajara (Guajajara) and fellow Indigenous woman Célia Xakriabá (Xakriabá) were elected as Indigenous representatives to the National Congress in the 2022 elections. However, Congress and the Senate will be the arenas of fierce future struggles for Indigenous Peoples, as many neoliberal and anti-Indigenous congresspeople were elected. Indigenous leaders are going to "make it our village," as Guajajara says. 

With Lula's victory, there is hope for an end to the discourse of hate speech, racism, misogyny, and LGBTQIA+phobia, of explicit hatred towards Indigenous Peoples and Quilombola communities, and also an end to the shameful denialism of the devastating realities of the COVID-19 pandemic.

In a political scenario of polarization between left and right, between democracy and authoritarianism, between peace and violence, and between social justice and inequalities, many Indigenous Peoples and Cultural Survival support Lula in rebuilding relations and starting a reconciliation process. 

We echo Brazil's Indigenous People Articulation (APIB) in their letter of support to Lula: 

"We want to continue our fight autonomously, in defense of our rights, protecting our achievements, for example, the recognition of our land rights and healthcare system, achieved with a lot of struggle in previous governments. We demand total respect for our fundamental rights, our life, and dignity, within the framework of a new relationship with the Brazilian State - no more hate, no more death politics - but multiethnic and multicultural, and ethical. The country still has many debts to pay due to the history of violence and death, physical and cultural, which for centuries has victimized our peoples and communities."
 

Lula’s election represents hope for Brazil and for the planet, as Lula can take steps to mitigate and reverse the significant threats that Bolsonaro’s policies represent for the biomes that sustain the life of many species and relationships in our world. A lot of damage has been done, and Indigenous Peoples hope that the new government will support them in building ways to restore and regenerate devastated lands, contaminated rivers, and destroyed biomes. To Indigenous Peoples in Brazil, Cultural Survival expresses our most profound commitment to continue supporting your struggles and efforts to achieve self-determination and the full realization of your rights to your lands, languages, and cultures.

Top photo:  An Indigenous member of the Indigenous Free Camp 2022 holds a poster with Lula's picture. Photo by @lulaoficial by Rocardo Stuckert/2022.

 


Em português

Povos Indígenas comemoram a vitória de Lula e pressionam por prioridades Indígenas para seu mandato


A derrota de Bolsonaro, e a vitória de Lula nesse 30 de Outubro de 2022 representam uma vitória para a democracia  Para os Povos Indígenas a Democracia é uma democracia de espécies. Uma democracia que traz esperança para biomas, árvores, rios e animais, grandes e pequenos, uma democracia que nos permite caminhar suavemente sobre a terra, cantando nossas canções.

Para nós, não há democracia se o meio ambiente está em perigo. Não há democracia sem reconciliação e respeito às formas Indígenas de saber, viver e ser. Não haverá democracia até que todas as espécies estejam protegidas!

O primeiro grande compromisso do presidente eleito Lula da Silva deve ser retomar a demarcação dos territórios indígenas para proteger e garantir o direito dos povos da floresta às suas terras, meios de subsistência e culturas.
Com o desmantelamento da FUNAI, a agência estatal para assuntos indígenas, de Bolsonaro, Lula prometeu a criação do Ministério dos Povos Indígenas - os Povos Indígenas vão lembrá-lo disso!

Sabemos que o Congresso e o Senado serão as arenas de lutas acirradas para os Povos Indígenas, já que muitos parlamentares neoliberais e anti indígenas foram eleitos. Por isso vamos "aldeiar o congresso", diz Sônia Guajajara, que, com Célia Xakriabá, foi eleita como deputada indígena no Congresso Nacional. Conte conosco, guerreiros!

Com a vitória de Lula, queremos ver o fim dos discursos de ódio, da promoção do racismo por autoridades públicas, misoginia e LGBTQIA+fobia, do ódio explícito aos povos indígenas e comunidades quilombolas, também o fim do vergonhoso negacionismo e deboche em relação às pessoas que morrem durante a pandemia de Covid-19.

Em um cenário político de polarização, entre esquerda e direita, entre democracia e regime autoritário, entre paz e violência, e entre justiça social e desigualdades, os Povos Indígenas e o CS querem apoiar Lula para reconstruir a amizade e iniciar a reconciliação. A luta contra as políticas nocivas do Estado se renova com novos guerreiros e guerreiras. 

Queremos ecoar a mensagem da carta da APIB em seu apoio ao candidato Lula, nestas palavras:
"Queremos continuar nossa luta de forma autônoma, em defesa de nossos direitos, resgatando nossas conquistas conquistadas com muita luta em governos anteriores. Exigimos total respeito aos nossos direitos fundamentais, nossa vida e dignidade, no marco de uma nova relação com o Estado brasileiro - chega de ódio, chega de política de morte - mas multiétnico e multicultural, e ético. O país ainda tem muitas dívidas a pagar devido violência histórica, genocidio e assassinatos de Indigena no contexto de defesa dos seus direitos , física e cultural, que durante séculos vitimizou nossos povos e comunidades”.

A eleição de Lula representa esperança para o Brasil e  para o planeta, pois pode reverter significativamente  as ameaças aos biomas que sustentam a vida de muitas espécies e as relações em nosso mundo. Queremos ver uma agenda que realmente priorize o meio ambiente. Os Povos Indígenas são os melhores aliados para isso. 

Para os povos indígenas do Brasil, a Cultural Survival expressa seu compromisso mais profundo com defesa dos direitos, empoderamento e capacitação, apoio à liderança de jovens e mulheres, promoção das mídias e comunicação indígena e compartilhamento de fundos.